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Article in Nature, 2001
Muitos cientistas reconhecem agora o dano causado por editoras científicas restritivas, que controlam o uso da literatura científica. Em 2002, a Budapest Open Access Initiative (BOAI) propôs a aplicação de dois princípios na publicação científica: acesso para todos ao sítio principal da publicação e liberdade de redistribuição para todos.
O segundo princípio é o mais forte. Na prática, ele nos dá o primeiro: se todo mundo tiver a liberdade de redistribuir cópias dos artigos, então bibliotecas de universidades poderão manter cópias-espelho, tornando-os acessíveis a todo mundo. Porém, o termo “acesso aberto” [“open access”] refere-se explicitamente àquele primeiro princípio, o mais fraco, e não ao segundo. Isso o torna um termo fraco.
Eu já tinha desconfianças sobre o termo “acesso aberto”, por ver como os defensores do “código aberto” [“open source”] usaram o termo “aberto” para minimizar a importância das preocupações com a liberdade dos usuários de software que caracteriza o Movimento do Software Livre. Mas eu pus as desconfianças de lado, porque a substância da proposta era correta, e então assinei a declaração da BOAI.
Infelizmente, minhas desconfianças se provaram válidas. As políticas postas em avanço hoje muitas vezes derrubam o segundo princípio; elas falam sobre acessibilidade, mas não mencionam a liberdade de redistribuição e outras formas de reuso dos artigos. Por exemplo, um projeto de lei de 2013 dos EUA propõe acesso grátis à produção científica resultante de pesquisas financiadas pelo governo, mas se esquece de exigir a liberdade de redistribuição. Isso seria um avanço, mas o ponto principal foi abandonado, evidentemente porque a campanha tinha sido por “acesso aberto”. Um projeto de lei da Califórnia tem a mesma falha. O “aberto” colocou a sociedade na trilha errada.
Nesse entretempo, Michael Eisen, da Public Library of Science (PLOS), me convenceu em 2012 que a modificação e combinação de artigos científicos é importante para a ciência. Antes, eu acreditava que seria suficiente poder redistribuir cópias exatas dessas obras, mas agora eu penso que elas precisam ser livres/free segundo a idéia de liberdade, ou seja, com as mesmas quatro liberdades que definem o software livre.
Precisamos insistir na “publicação científica livre”, usando palavras que enfatizem o princípio mais forte da liberdade para os usuários, resistindo assim à tendência de enfraquecer o objetivo. Por favor, não deixe que seus esforços sejam desviados para atividades que visam meramente o “aberto”.
Um exemplo de que o reuso de material de artigos científicos foi importante para a pesquisa.
Copyright 2012, 2013 Richard Stallman
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Tradução para o português do Brasil: Hudson Lacerda, 2014.
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